Native Scientists expande-se para a Suíça
A Suíça tornou-se o 8º país a sediar oficinas da Native Scientists
No mês passado, decorreram em Berna, capital da Suíça, duas oficinas da Native Schools, com o apoio do Instituto Camões – Coordenação do Ensino Português na Suíça.
Oito cientistas de língua portuguesa que trabalham na Universidade de Berna trouxeram a sua ciência para as salas de aula da Schulhaus Schwabguit. Os participantes, com idades entre 11 e 16 anos, aprenderam sobre os mais diversos temas em português, desde comportamento animal até informação genética, passando ainda pelo aquecimento global e pelas ciências planetárias.
A Dra. Marta Marialva, a nossa Gestora de Projetos para o Português na Suíça e Assistente Científica da Outreach Initiative na Universidade de Berna (bem como fundadora da Gingko-Educa), observa que: “Na Suíça, a percentagem de alunos lusodescendentes matriculados nas turmas do ensino secundário avançado ainda é 27% inferior quando comparado com o dos estudantes suíços. Achei que a interação com modelos que falam na sua língua materna era exatamente o que estes alunos precisavam para aumentar a sua autoestima, reconhecendo assim o valor da sua herança e alargando as suas perspetivas para o futuro.”
Em média, quase 50% dos alunos sentem-se inspirados a tornarem-se cientistas depois de uma oficina e 70% sentem-se orgulhosos por falarem mais do que uma língua. Esta foi a primeira vez que a Native Scientists organizou oficinas na Suíça. O evento foi destaque num programa da RTP, organismo público de radiodifusão de Portugal, que pode ser visto aqui.
Esperamos que estas oficinas sejam apenas os primeiros passos de uma jornada maravilhosa da Native Scientists na Suíça durante os próximos anos. Mais fotos das oficinas estão disponíveis aqui e aqui. Conheça abaixo as impressões de alguns dos cientistas que participaram!
Impressões dos cientistas participantes
Laura Silva, cientista que estuda o comportamento de cães sem dono.
“Adorei esta experiência e certamente tentarei repetir. Usar a minha língua materna para explicar o trabalho que faço aos mais pequenos e sentir o seu entusiasmo foi extremamente enriquecedor.”
Olga Sin, uma cientista que explora porque é que as pessoas se esquecem das coisas.
“Raramente falo da ciência que investigo aos mais pequenos, principalmente na minha língua materna, porque não tenho o conhecimento nem os recursos para tal. Graças á Native Scientists, diverti-me muito a compartilhar o que faço e espero repetir esta experiência.”
Miguel Almeida, cientista que opera um telescópio na órbita de Marte.
“A oficina foi ótima. A organização foi além das minhas expetativas, já estava montado de forma a que pudéssemos maximizar o tempo de conversa com os alunos. A Marta e a professora também fizeram maravilhas na montagem do palco para que as pessoas cientistas e os alunos estivessem prontos desde o início. Tenho sempre esperança por um pouco mais de interação com as crianças, mas cabe principalmente a mim encontrar maneiras de envolvê-las.
Joana Duarte, uma cientista que estuda as reações minerais que acontecem sob os nossos pés.
“Explicar ciência aos alunos é uma tarefa desafiante, requer muita criatividade e capacidade para orientar o seu pensamento de uma forma muito intuitiva. Acredito que esta não é apenas uma excelente oportunidade para os alunos terem estas atividades práticas realizadas por cientistas reais, mas também para nós, os cientistas! Ver os olhos arregalados dos estudantes, atentos ao que estamos a explicar, ouvi-los a responder “Ah, é por isso..!” é totalmente gratificante. (...) Conversar com as crianças em português enquanto estava em Berna foi simplesmente adorável e comovente...trouxe-me de volta aos velhos tempos na minha escola primária. Ficaríamos muito felizes em participar novamente e recomendo-o totalmente a outros Native Scientists que vivam no exterior.”
Michael Brilhante, cientista que estuda se as bactérias que causam infeções em animais são capazes de se espalhar para o meio ambiente e para os humanos.
“Foi uma experiência muito boa ver como algumas crianças ficam entusiasmadas quando entendem todas as coisas interessantes que poderiam fazer se se tornassem cientistas.”
João Barros, cientista que tenta compreender como sistemas compostos por muitas partículas interagem para criar o mundo que vemos.
“Achei a oficina muito positiva. Achei o formato de speed dating bastante bom tanto para os estudantes como para os cientistas. Os alunos têm uma experiência mais dinâmica, e os cientistas podem limar o seu discurso após cada ronda.”
Sobre a Native Scientists
A Native Scientists é uma premiada organização sem fins lucrativos de âmbito europeu que promove a diversidade cultural na ciência, na educação e na sociedade. A Native Scientists oferece oficinas de ciências e línguas, formações em comunicação científica e projetos personalizados para diversas instituições, incluindo escolas, universidades e embaixadas. O trabalho desenvolvido cria pontes entre estudantes e cientistas para promover a literacia científica e linguística por meio de modelos de comportamento e aprendizagem integrada de ciências e línguas. Fundado em 2013, o seu trabalho chega a mais de 1.200 alunos por ano e conta com uma rede de mais de 1.000 cientistas internacionais.
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